De sol e chuva
À procura de uns sons de verão (sim, porque aqui, o sol chega mais cedo!), que se contraponham ao frio de São Paulo e mesmo à chuva no Rio, encontra-se uns son(ho)s de mar, e as lembranças vão fazendo que com a gente consiga repousar os olhos outra vez na distância do horizonte que se abre e nos convida a silenciar.Entre os costados de Pernambuco e Rio eu vou ficando...
Morro Dois Irmãos (Chico Buarque)
Dois Irmãos
quando vai alta a madrugada
E a teus pés
vão-se encostar os instrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio
Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos
É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como uma música parada
Sobre uma montanha em movimento
E mais:
O Último Pôr-do-sol (Lenine)
A onda ainda quebra na praia,
espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
eu fiquei sentindo saudades
do que não foi
lembrando até do que não vivi,
pensando em nós dois
Eu lembro a concha em seu ouvido,
trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora, eu fiquei
sozinho olhando o sol morrer
por entre as ruínas de Santa Cruz lembrando nós dois
Os edifícios abandonados, as estradas sem ninguém,
óleo queimado, as vigas na areia,
a lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora, eu fiqueisozinho no mundo, sem ter ninguém,
o ultimo homem no dia em que o sol morreu
E, pra completar, um Drummond aí que ninguém é de ferro nesta sexta-feira.
“Tarde?
O dia dura menos que um dia.
O corpo ainda não parou de brincar
e já estão chamando da janela:
É tarde.
Ouço sempre este som: é tarde, tarde.
A noite chega de manha?
Só existe a noite e seu sereno?
O mundo não é mais, depois das cinco?
É tarde.
A sombra me proíbe.
Amanhã, mesma coisa.
Sempre tarde antes de ser tarde."
Morro Dois Irmãos (Chico Buarque)
Dois Irmãos
quando vai alta a madrugada
E a teus pés
vão-se encostar os instrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio
Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos
É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como uma música parada
Sobre uma montanha em movimento
E mais:
O Último Pôr-do-sol (Lenine)
A onda ainda quebra na praia,
espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
eu fiquei sentindo saudades
do que não foi
lembrando até do que não vivi,
pensando em nós dois
Eu lembro a concha em seu ouvido,
trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora, eu fiquei
sozinho olhando o sol morrer
por entre as ruínas de Santa Cruz lembrando nós dois
Os edifícios abandonados, as estradas sem ninguém,
óleo queimado, as vigas na areia,
a lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas
Pois no dia em que ocê foi embora, eu fiqueisozinho no mundo, sem ter ninguém,
o ultimo homem no dia em que o sol morreu
E, pra completar, um Drummond aí que ninguém é de ferro nesta sexta-feira.
“Tarde?
O dia dura menos que um dia.
O corpo ainda não parou de brincar
e já estão chamando da janela:
É tarde.
Ouço sempre este som: é tarde, tarde.
A noite chega de manha?
Só existe a noite e seu sereno?
O mundo não é mais, depois das cinco?
É tarde.
A sombra me proíbe.
Amanhã, mesma coisa.
Sempre tarde antes de ser tarde."
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