Fim do inverno ... é Natal!
Último dia do inverno, o frio vai ficando pra tras e as flores começam a aparecer.
Antecipando um pouco as datas, ofereço a vocês a letra de um dos nossos maiores poetas. Não sei que música acompanha, mas com Vinícius tudo vai bem...
"Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança do milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente."
Poema de Natal
Vinícius de Moraes
Antecipando um pouco as datas, ofereço a vocês a letra de um dos nossos maiores poetas. Não sei que música acompanha, mas com Vinícius tudo vai bem...
"Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança do milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte -
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente."
Poema de Natal
Vinícius de Moraes
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